Meu Jogo Inesquecível: Diana Bouth sabe por fax bomba de RC no Verdão

Apresentadora estava no Japão e recebeu recado da mãe avisando que lateral do Palmeiras havia feito um gol quase do meio de campo

Márcio MaráRio de Janeiro

Louca por esportes radicais, Diana Bouth gosta da adrenalina que envolve o skate e o surfe. Nas ondas do mar, acaba cercada pelo azul das águas e o verde da mata, que também dá o toque especial no seu lar, em São Conrado. Ali, quando a apresentadora de TV está na companhia de seus grandes amores, o filho Pedro. o marido, o surfista Simão Romão, e a mãe, a atriz Ângela Figueiredo, gosta também de curtir boa música. Rap, soul, reggae... O gênio Bob Marley é um dos seus preferidos, a ponto de ganhar como homenagem uma bela estampa em sua prancha.

O sentimento de amor que mais a surpreendeu, no entanto, surgiu do outro lado do mundo. Quando iniciou carreira de modelo com 14 anos, Diana passou um tempo no Japão. Lá, era enorme a saudade do Brasil. E a curiosidade para saber informações do Palmeiras. Foi quando recebeu, da mãe, a notícia que mudaria a batida de seu coração. E que a faria se perguntar, como o querido Bob na conhecida canção: "Is this love, is this love, that I'm feeling?..."

Diana Bouth (Foto: ANDRÉ DURÃO / Globoesporte.com)Surfe, Bob Marley e Palmeiras, três paixões de Diana Bouth (Foto: André Durão / Globoesporte.com)














Na época não havia email nem celular. Eu me comunicava com minha mãe por fax a cada dois dias . Naquele, ela começou a mensagem de forma diferente. Em vez de "Oi, minha filha, como você vai, estou morrendo de saudades", ela mandou assim: "Você não sabe. No jogo da Libertadores, o Roberto Carlos fez um gol quase do meio de campo, e o Palmeiras venceu o Grêmio por 3 a 2." Olha, foi incrível. Achei surreal a emoção que esse fax me causou do outro lado do mundo. Ali, tive a certeza de minha paixão pelo Verdão - disse a apresentadora, prestes a estrear programa no GNT, "Mãe & Cia.", com dicas para cuidar bem dos filhos.

A bomba santa de Roberto Carlos que chegou por fax para Diana Bouth foi o primeiro dos três gols marcados pelo Palmeiras no triunfo no dia 21 de fevereiro de 1995. O jogo inesquecível, que a apresentadora não viu, foi a estreia dos clubes na Libertadores, e os ventos pareciam soprar a favor do time paulista, cheio de craques.

Os rivais voltariam a se enfrentar nas semifinais. Os gaúchos eliminaram o Verdão em jogos com duas goleadas - a primeira, de 5 a 0, a favor dos tricolores, e a segunda, por 5 a 1, emocionante, para os alviverdes - e dispararam rumo ao segundo título sul-americano. Nada que abalasse as boas lembranças de Diana, uma carioca que escolheu um clube paulista para torcer.

- Quando brincam comigo por isso, costumo dizer que sou uma cariolista ou paulistoca. Fui para São Paulo dos 7 aos 17 anos. Uma fase importante. Minha primeira experiência com futebol tinha sido no Maracanã, com meu avô, rubro-negro, mas não me empolguei. Aí, em São Paulo, minha família de lá e meu padrasto - o músico Branco Mello, dos Titãs - são, na maioria, palmeirenses. Ainda por cima, gostei da camisa verde logo de cara. E o Palmeiras começava a montar aquele timaço, a Parmalat patrocinando... Não deu outra: passei a ir aos jogos.

Diana Bouth (Foto: ANDRÉ DURÃO / Globoesporte.com)O verde da camisa foi um dos motivos que a fizeram virar palmeirense, além da influência dos parentes de São Paulo e a boa fase do time na época (Foto: André Durão / Globoesporte.com)

No Palestra Itália, a proximidade com o campo permitia à menina Diana ver de perto seu grande ídolo, o lateral Roberto Carlos. Ela era uma entre tantas que não gostavam só do futebol do lateral-esquerdo como também das tão faladas coxas. Nem o fato de o jogador ter parado recentemente no Corinthians abalou a admiração pelo ídolo.

- Depois de conviver muito com esporte e, principalmente, de saber numa entrevista que Roberto Carlos confessava ser santista de infância, passei a entender melhor essas coisas. Isso está bem resolvido. A grande frustração da minha vida, na verdade, foi nunca ter conseguido conhecê-lo pessoalmente. No minimuseu da minha família, temos luvas do Marcos, camisas do Cafu, Denilson, Edmundo... - afirmou Diana, que já foi apresentada a outros craques daquele time bicampeão brasileiro em 1993-94, depois paulista de 1996 - todos comandados pelo técnico Vanderlei Luxemburgo.

Diana Bouth (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Diana Bouth é fã até hoje de Roberto Carlos
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)

Na partida contra o Grêmio pela Libertadores em 1995, o técnico era Valdir Espinosa. E Edmundo foi o grande nome daquela partida, que começou com o gol surpreendente de Roberto Carlos, em falta cobrada pouco depois do círculo central do meio de campo, aos 18 minutos. O Grêmio, aguerrido em campo, empatou com Jardel, aos 37.

Veio o segundo tempo, e Rivaldo, outro ídolo de Diana, desempatou aos 11. A partida, emocionante, esquentou quando Goiano empatou dois minutos depois. Mas o dia era de Edmundo, que marcou o terceiro aos 24, sacramentando a vitória palmeirense. A vibração, eufórica, justificava o apelido de Animal dado pela torcida alviverde. E assim que voltou do Japão, Diana Bouth fez questão de ver, pela fita cassete, os melhores momentos de seu jogo inesquecível.

Depois, a apresentadora teve outros ídolos palmeirenses. Djalminha, Paulo Nunes... Ainda chegaram o goleiro Marcos e o técnico Felipão, esses fundamentais na conquista da Libertadores de 1999. Com os anos, passou a acompanhar mais o Verdão pela TV. Morando no Rio, fica triste quando o filho, Pedro, e o marido, o surfista Simão Romão, sofrem após as derrotas do Botafogo. Não que tenha se tornado alvinegra. Mas acha melhor ver a casa toda feliz.

- Eles ficam vendo aqui os jogos, eu acabo torcendo para o Botafogo vencer. Tenho peninha. Acaba sempre roubado, prejudicado pela arbitragem. E gosto do Joel, passei a entender melhor o papel do treinador para um clube, O time passou a competir mais de igual para igual com ele no comando. Agora, quando é jogo contra o Palmeiras, cada um vai para o seu lado - afirmou Diana, esperançosa de ver dias melhores para o Verdão, que conta de novo com o bom Felipão
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