Diana Bouth Sportv contrasta com as colegas da Sportv ao preferir um visual mais próximo dos seus entrevistados
Rodrigo Teixeira
TV Press

Diana Bouth não tem nada a ver com a maioria das apresentadoras da Sportv. Para começar, não aparece de maneira alguma com pouca roupa no vídeo. Pelo contrário. O visual de Diana, na maioria das vezes vestida de preto, é mais semelhante ao dos skatistas e surfistas que desfilam no vídeo da Sportv do que ao das apresentadoras saradas da emissora. "Não dá para entrevistar de biquininho. É uma forma de impor limites, pois meus programas são mais jornalísticos e não oba-oba", defende-se a apresentadora. A carioca de 20 anos comanda o "Nas Internas", que mostra os bastidores de campeonatos dos mais variados esportes radicais, o "SK8", sobre o mundo do skate, e ainda é uma das apresentadoras do "Zona de Impacto", faixa jovem da programação da Sportv.

Mas não demorou para Diana perceber que o ambiente fashion não tinha nada a ver com ela. "Não me adaptei a idéia de que a modelo vende o próprio corpo como produto", explica. A vida de Diana mudou quando a mãe, a atriz Ângela Figueiredo, deixou São Paulo com o padrasto Branco Mello, do Titãs, para se instalar no Rio de Janeiro em julho de 1997. A Sportv estava começando a fazer testes para escolher apresentadoras e um amigo da mãe a indicou para a emissora. Diana foi muito bem no teste, mas como tinha 17 anos, não pôde ser contratada. "No dia que fiz 18 anos liguei para o Guilherme Zattar e pedi emprego. Ele acabou me contratando", confessa.
Dona de um corpo perfeito - são 1,70 de altura distribuídos em 52 quilos -, Diana lembra que sempre tentou fugir de estereótipos. Aos 14 anos, quando começou a trabalhar como modelo em São Paulo, já "chocava" nos testes em agências de moda. "Chegava com skate embaixo do braço, piercing, maria-chiquinha e cabelo azul", conta. Mesmo assim, na época Diana conseguiu fazer dezenas de capas das revistas "Capricho" e "Atrevida" e ainda passou três meses fotografando no Japão. "Fui à Disney com uma revista, um sonho para qualquer adolescente", lembra.
Primeiramente participando do "Zona de Impacto", logo Diana ganhou o comando do "Nas Internas". Na produção, a apresentadora mostra o que acontece fora dos campeonatos, como festas de surfistas e baladas em boates repletas de atletas. "Descobri que era isso que gostava de fazer e até hoje continuo bombando na quebrada", afirma Diana, usando um repertório repleto de gírias. Aliás, a linguagem da apresentadora é cheia de palavras usadas por surfistas e skatistas, o que a aproxima dos atletas na hora das entrevistas. "Isso quebra o preconceito de uma mulher no universo masculino", gaba-se.
Embora aparentemente rebelde, por pouco Diana não acabou enquadrada nos padrões de beleza. Após ser escolhida como musa do verão do "Jornal do Brasil", em 1999, a apresentadora foi chamada por Jayme Monjardim para participar da minissérie "Aquarela do Brasil". Para compor a personagem Luísa, que acabou com a atriz Fernanda Rodrigues, Diana teve de cortar o cabelo e tirar o piercing do nariz. A apresentadora não se importou, mas quando pediram para ela largar a Sportv para se dedicar exclusivamente à produção global, a história mudou. "Era muita responsabilidade encarar uma minissérie sem um cursinho de interpretação. Resolvi voltar a fazer o que me dá tesão", esclarece.Passado a vontade de virar atriz, Diana mergulhou de cabeça na Sportv. Agora, a apresentadora tenta que a emissora aceite o projeto "RAP" - Respeito, Atitude e Paz -, uma espécie de movimento de conscientização para a importância de levar esportes para comunidades carentes. "Não dá para ficar só no discurso. A Sportv poderia também falar de questões sociais", critica a apresentadora, que vai levar o projeto para algumas ONGs caso a emissora não aceite o projeto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário